Quimioterapia da natureza? Estévia fermentada com probiótico mata células cancerígenas sem prejudicar as saudáveis

O composto também interrompeu o ciclo de divisão das células cancerosas, paralisando sua multiplicação.

Quimioterapia da natureza? Estévia fermentada com probiótico mostra potencial contra câncer
Pesquisadores acabam de identificar uma combinação natural que pode revolucionar a forma como tratamos o câncer de pâncreas — um dos mais letais e difíceis de combater. A descoberta envolve um processo simples e milenar: fermentação, mas com um toque moderno e altamente estratégico.

A união entre um probiótico e uma planta adoçante comum pode parecer simples, mas os efeitos revelados por essa pesquisa são tudo menos ordinários. O éster metílico do ácido clorogênico, ou simplesmente CAME. pode representar uma alternativa revolucionária no combate ao câncer, especialmente se continuar demonstrando eficácia seletiva e segurança em estudos mais avançados.

Utilizando uma cepa de bactéria probiótica (Lactobacillus plantarum) e o extrato da popular planta adoçante estévia natural, os cientistas conseguiram gerar um novo composto com propriedades anticancerígenas inéditas: o éster metílico do ácido clorogênico, ou simplesmente CAME. Os testes laboratoriais iniciais demonstraram que essa substância foi capaz de eliminar células cancerígenas pancreáticas com alta eficácia e baixa toxicidade para células saudáveis.

A fermentação que cria mais do que sabor: ela pode salvar vidas


A fermentação, tradicionalmente usada para conservar alimentos e melhorar sua digestibilidade, ganhou um novo papel nessa pesquisa: transformar moléculas naturais em agentes terapêuticos potentes. Quando a estévia foi fermentada com a bactéria Lactobacillus plantarum por 72 horas, em ambiente livre de oxigênio e à temperatura corporal, o processo resultou na formação do composto CAME — muito mais ativo biologicamente do que a estévia em seu estado natural.

Os pesquisadores observaram que a versão fermentada foi capaz de matar células cancerígenas do pâncreas em concentrações significativamente menores que o extrato não fermentado, indicando um ganho notável em potência terapêutica.

Morte seletiva das células tumorais: o trunfo do CAME


Uma das maiores limitações das terapias convencionais contra o câncer, como a quimioterapia, é sua falta de seletividade: elas atacam tanto células doentes quanto células saudáveis, causando efeitos colaterais severos e debilitantes. O que torna o CAME tão promissor é sua capacidade de induzir apoptose, ou seja, morte celular programada, apenas nas células cancerígenas, preservando os tecidos saudáveis ao redor.

Nos testes, o CAME elevou a presença de proteínas pró-apoptóticas e reduziu os níveis da proteína Bcl-2 — conhecida por sustentar a sobrevivência das células tumorais. O composto também interrompeu o ciclo de divisão das células cancerosas, paralisando sua multiplicação. Em experimentos que simulam metástase, ele ainda reduziu drasticamente a migração celular, um passo crucial para impedir que o câncer se espalhe para outros órgãos.

Os testes de segurança mostraram que o extrato de estévia fermentado causou mínima toxicidade em células renais saudáveis, mesmo quando administrado em doses elevadas. Isso sugere um perfil de segurança superior ao de muitas drogas convencionais, o que representa um avanço importante na busca por terapias menos invasivas.

Além do efeito anticancerígeno, a fermentação aumentou os níveis de antioxidantes no extrato de estévia, ampliando sua capacidade de proteger células normais contra danos oxidativos — algo vital tanto para a prevenção do câncer quanto para o combate ao envelhecimento precoce.

O que falta para virar tratamento real?


Apesar dos resultados empolgantes, os pesquisadores alertam que os testes ainda estão nos estágios iniciais, realizados apenas em culturas celulares in vitro. O próximo passo será conduzir experimentos com animais, e, caso os dados se mantenham positivos, partir para ensaios clínicos com humanos. Entre os desafios pela frente, estão:

  • Determinar a dose ideal e a forma de administração eficaz;
  • Padronizar o processo de fermentação, garantindo que cada lote contenha concentrações terapêuticas consistentes de CAME;
  • Superar barreiras regulatórias, incluindo validação de segurança e eficácia por agências de saúde antes que o tratamento possa ser ofertado a pacientes.

Não é surpresa, portanto, que terapias naturais com potencial como o CAME enfrentem barreiras políticas, industriais e acadêmicas até chegarem ao público. Por isso, a informação precisa e independente é fundamental, especialmente quando se trata de saúde.

Ainda há um longo caminho até que isso se traduza em tratamento clínico, mas o que já foi descoberto é o suficiente para reforçar uma verdade incômoda: a natureza tem respostas que a ciência muitas vezes ignora — ou escolhe esconder.

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