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A Verdade Sobre o Colesterol e a Saúde Cardiovascular: Reflexões Para Uma Vida Mais Saudável

O colesterol não é uma substância prejudicial, mas um nutriente essencial para o corpo, de acordo com o médico ortopedista Cai Kaizhou.

A Verdade Sobre o Colesterol e a Saúde Cardiovascular: Reflexões Para Uma Vida Mais Saudável

O colesterol tem sido demonizado por décadas como um vilão silencioso das doenças cardíacas. No entanto, será que essa visão está completa? Será que reduzir os níveis de colesterol é realmente a chave para prevenir doenças cardiovasculares? Essas são questões que ganham nova relevância à luz de estudos recentes e de uma perspectiva mais holística sobre a saúde cardiovascular.

No programa Health 1+1 da NTDTV, Cai Kaizhou, presidente do Taiwan Natural Orthopedics Institute e médico assistente do Departamento de Ortopedia do National Taiwan University Hospital, trouxe à tona uma discussão crucial sobre o papel do colesterol no corpo humano e os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos amplamente prescritos para sua redução. Seu ponto de vista desafia crenças convencionais e destaca a necessidade de abordagens mais equilibradas e personalizadas para cuidar do coração e da saúde em geral.

O Colesterol Não É Um Vilão — É Um Nutriente Essencial


Contrariando a ideia de que o colesterol é prejudicial, Cai explica que ele é, na verdade, uma substância essencial para o bom funcionamento do corpo. Ele é vital para a formação das membranas celulares, atua na transdução de sinais nervosos e participa da síntese de importantes hormônios e vitaminas, como a vitamina D e os hormônios sexuais. Além disso, cerca de 25% do colesterol corporal está armazenado no cérebro, onde desempenha funções cruciais na comunicação neural.

A maior parte do colesterol presente no corpo é produzida pelo fígado, que regula naturalmente seus níveis conforme as necessidades individuais. Isso significa que, para muitas pessoas, o colesterol dietético (aquele vindo dos alimentos) tem um impacto relativamente menor nos níveis totais do que se pensava anteriormente.

O Mito da Redução do Colesterol e Doenças Cardíacas


Por anos, acreditou-se que baixar os níveis de colesterol seria diretamente proporcional à redução do risco de doenças cardíacas. No entanto, um estudo publicado em 2019 no Scientific Reports , que acompanhou 12,8 milhões de coreanos ao longo de uma década, revelou algo surpreendente: abaixo de determinados níveis (< 200 mg/dL), quanto menor o colesterol total, maior era a mortalidade por todas as causas. A relação entre colesterol e mortalidade segue uma curva em forma de U, com riscos aumentados tanto em níveis extremamente baixos quanto em níveis muito altos.

Esses achados indicam que a simples redução do colesterol não garante uma diminuição no risco de doenças cardíacas ou outras condições graves. Segundo Cai, isso ocorre porque o colesterol não é a principal causa dessas doenças. Em vez disso, a inflamação vascular desempenha um papel central. Quando há inflamação no organismo, o fígado produz mais colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL) como parte de um mecanismo de reparo. Portanto, focar exclusivamente na redução do colesterol pode mascarar problemas subjacentes, como a inflamação crônica.

Os Efeitos Colaterais das Estatinas: Um Alerta Importante


As estatinas, medicamentos amplamente prescritos para baixar o colesterol, têm sido elogiadas por sua eficácia. No entanto, Cai alerta para os potenciais efeitos colaterais desses medicamentos, que podem comprometer significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

Entre os efeitos mais comuns estão a fragilidade muscular, dor articular e dificuldades cognitivas. Muitos pacientes relataram sintomas como marcha instável, quedas frequentes, fascite plantar e até osteoporose após o uso prolongado de estatinas. Isso ocorre porque esses medicamentos inibem não apenas a produção de colesterol, mas também de outras substâncias importantes, como a coenzima Q10, essencial para a energia celular.

Além disso, as estatinas podem causar danos ao fígado, disfunção sexual masculina e alterações na memória. Diante desses riscos, Cai enfatiza a importância de usar esses medicamentos com cautela e sempre sob supervisão médica. "Não devemos tomar estatinas indefinidamente sem considerar suas implicações", afirma ele.

A Inflamação: O Verdadeiro Fator a Ser Combatido


Se o colesterol não é o grande vilão das doenças cardíacas, então o que é? Segundo Cai, a resposta está na inflamação. O índice de inflamação sistêmica, medido pelo nível de proteína C-reativa (CRP), é um indicador-chave da saúde cardiovascular. Valores ideais de CRP devem ser inferiores a 0,1, ou até mesmo abaixo de 0,02, para minimizar o risco de doenças cardíacas.

A inflamação crônica pode ser desencadeada por diversos fatores, incluindo o consumo excessivo de açúcar refinado, amidos processados e exposição a metais pesados. Esses elementos contribuem para a deterioração das células endoteliais, aumentando o risco de placas arteriais e eventos cardiovasculares, como infartos e derrames.

Estratégias Práticas Para Prevenir Doenças Cardiovasculares


Cai sugere que, em vez de focar exclusivamente no colesterol, devemos adotar práticas que promovam uma saúde global. Aqui estão algumas recomendações baseadas em suas observações clínicas:

  • Dieta Low-Carb e Jejum Intermitente : Reduzir o consumo de carboidratos refinados e praticar jejum intermitente pode ajudar a controlar os níveis de triglicerídeos e melhorar a saúde metabólica.
  • Monitoramento Regular de Indicadores de Saúde :Triglicerídeos : Mantenha-os abaixo de 150 mg/dL.
  • HDL ("Bom" Colesterol) : Níveis acima de 60 mg/dL são ideais.
  • Circunferência da Cintura : Deve ser inferior à metade da altura corporal.
  • LDL Denso : Tente mantê-lo abaixo de 50 mg/dL.
  • Homocisteína : Níveis abaixo de 8 μmol/L são recomendados.
  • Vitamina D : Suplemente para manter níveis acima de 50 ng/mL.
  • Redução da Inflamação : Evite alimentos processados, açúcar refinado e amidos em excesso. Invista em alimentos ricos em antioxidantes, como frutas, vegetais e gorduras saudáveis.
  • Atividade Física Regular : Exercícios moderados ajudam a melhorar a circulação sanguínea e reduzem a inflamação.

Conclusão: Uma Abordagem Holística Para a Saúde Cardiovascular


Embora o colesterol tenha sido apontado como o grande vilão das doenças cardíacas, a verdade é mais complexa. Reduzir seus níveis indiscriminadamente não elimina o risco de eventos cardiovasculares e pode até trazer consequências indesejadas. A chave para uma saúde cardiovascular robusta está em combater a inflamação, adotar hábitos alimentares saudáveis e monitorar regularmente os indicadores de saúde.

Como lembra Cai Kaizhou, medicamentos como as estatinas podem ter seu lugar no tratamento, mas não devem ser vistos como solução mágica. A verdadeira transformação vem de mudanças conscientes no estilo de vida, que valorizam o corpo como um todo e respeitam suas necessidades únicas. Ao adotar uma abordagem mais equilibrada e informada, podemos proteger nosso coração e garantir uma vida plena e saudável.

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