Uma reunião surpreendente realizada por um painel de especialistas da FDA (Agência Reguladora dos Estados Unidos) chocou a comunidade científica ao revelar que uma substância altamente suspeita de causar câncer está escondida em alguns dos alimentos e medicamentos mais consumidos no mundo.
O comissário da FDA, Dr. Marty Makary, chamou a atenção para o fato de que "o talco é reconhecido como cancerígeno há mais de 40 anos, e ainda assim continuamos a usá-lo em produtos consumidos por crianças e adultos". O debate nos EUA tem ganhado força, e agora especialistas brasileiros devem pedir uma investigação urgente sobre o uso dessa substância no país.
Quatro dos dez remédios mais vendidos no mundo contêm talco
Segundo os dados apresentados durante o painel, quatro dos dez medicamentos mais prescritos nos Estados Unidos contêm talco em sua composição. Entre eles estão:
- Lipitor , usado para reduzir o colesterol;
- Synthroid , indicado para problemas na tireoide;
- Prilosec , utilizado contra azia e refluxo;
- Neurontin , receitado para dores nervosas.
Além desses, versões genéricas ou isentas de receita médica, como Nexium e Prilosec, também utilizam o mineral como excipiente — ou seja, como substância auxiliar para facilitar a fabricação dos comprimidos.
No Brasil, esses mesmos medicamentos são amplamente comercializados, tanto nas versões de marca quanto nas genéricas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém, não respondeu até o fechamento desta edição sobre a possibilidade de revisão regulatória do uso do talco em medicamentos nacionais.
Goma de mascar, queijo e doces também podem conter talco
O uso do talco vai muito além dos remédios. Em alimentos industrializados, ele é frequentemente usado como agente antiaglomerante — ou seja, impede que os ingredientes grudem uns nos outros. É o caso do revestimento branco das gomas de mascar coloridas, presentes em escolas e mercearias por todo o país. Segundo especialistas, esse pó branco que reveste balas e chicletes é, na verdade, talco.
O Codex Alimentarius, banco de dados da Organização das Nações Unidas para normas alimentares, indica que mais de 50 alimentos processados podem conter talco em sua composição, incluindo:
- Queijos ralados ou fatiados;
- Balas e pirulitos;
- Doces revestidos;
- Produtos de panificação.
No Brasil, muitos desses alimentos fazem parte do dia a dia das famílias, especialmente entre crianças e adolescentes. No entanto, diferente do que ocorre nos EUA, aqui os fabricantes não são obrigados a declarar claramente o uso do talco em rótulos de alimentos, o que torna a exposição silenciosa e contínua.
Evidências científicas ignoradas há décadas
Estudos científicos ligando o talco ao aumento de risco de câncer datam de pelo menos 1982. Um relatório do Programa Nacional de Toxicologia dos EUA, de 1993, já mostrava “evidências claras de atividade carcinogênica” em camundongos expostos ao mineral. Desde então, diversos estudos epidemiológicos têm confirmado essa ligação:
- Uma revisão de 2013 concluiu que mulheres que usavam talco em produtos íntimos tinham 30% mais chances de desenvolver câncer de ovário;
- Estudo de 2019 com 30 análises epidemiológicas associou o uso prolongado do talco a um aumento de 28% no risco de câncer;
- Pesquisa realizada em Taiwan com mais de um milhão de pacientes apontou aumento no risco de câncer de estômago relacionado ao consumo oral de talco.
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), órgão da OMS, reuniu 29 especialistas globais e concluiu que o talco exibe “fortes evidências mecanicistas” de carcinogenicidade em células humanas.
“O talco permanece no tecido humano por anos”, alerta o Prof. John Godleski, da Universidade de Harvard. “Ele causa inflamação crônica, compromete o sistema imunológico e promove mutações genéticas que favorecem o crescimento de células tumorais.”
Enquanto a Europa age, o Brasil se cala?
Na União Europeia, o uso do talco em cosméticos será proibido a partir de 2027, após uma análise rigorosa da Agência Europeia de Produtos Químicos, que considerou “suficientes as evidências” de seu potencial cancerígeno.
Já no Brasil, o tema ainda não chegou ao radar das autoridades sanitárias. A Anvisa informou que “segue monitorando as recomendações internacionais”, mas não tem previsão de revisão de normas relacionadas ao uso do talco em alimentos ou medicamentos.
O que o consumidor brasileiro pode fazer?
Enquanto não há mudanças regulatórias, especialistas recomendam que os consumidores estejam atentos à leitura de rótulos, especialmente em medicamentos genéricos e alimentos industrializados. Evitar produtos com revestimento branco sem identificação clara da substância é uma medida preventiva. Além disso, optar por alternativas naturais e minimamente processadas pode reduzir a exposição a agentes desconhecidos e potencialmente nocivos.
O alerta internacional sobre o talco é mais um sinal de que precisamos rever urgentemente nossas práticas regulatórias. Enquanto isso, a saúde da população brasileira continua em risco — e a resposta das autoridades, até agora, é apenas silêncio.
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