Açafrão: curcumina interrompe a proliferação de células cancerígenas, revela estudo
Cúrcuma e Seu Componente Ativo, a Curcumina, Podem Ser Promissores no Combate ao Câncer, Revela Estudo Científico
Um estudo recente traz à tona um novo protagonista na busca por tratamentos mais eficazes contra o câncer: a curcumina, substância ativa da cúrcuma, uma especiaria tradicional usada há séculos na culinária e medicina da Índia e do Sudeste Asiático.
Conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias, reguladoras do açúcar no sangue e combatentes de infecções, a cúrcuma vem sendo estudada também por seu potencial anticancerígeno. Pesquisas mais recentes indicam que a curcumina pode ser eficaz em inibir o desenvolvimento de tumores e combater formas agressivas de câncer com mínimos danos às células saudáveis.
Conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias, reguladoras do açúcar no sangue e combatentes de infecções, a cúrcuma vem sendo estudada também por seu potencial anticancerígeno. Pesquisas mais recentes indicam que a curcumina pode ser eficaz em inibir o desenvolvimento de tumores e combater formas agressivas de câncer com mínimos danos às células saudáveis.
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O estudo, conduzido por cientistas da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA), em colaboração com pesquisadores da Universidade de Pequim e da Universidade de Zhejiang (ambas na China), foi publicado na prestigiada revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) .
Como a curcumina age contra o câncer?
Os pesquisadores descobriram que a curcumina consegue se ligar e inibir uma enzima chamada DYRK2 (quinase 2 regulada por tirosina de dupla especificidade). A inibição dessa enzima prejudica a atividade dos proteassomas — complexos proteicos essenciais para o funcionamento das células cancerígenas.
Tipos específicos de câncer, como o mieloma múltiplo e o câncer de mama triplo-negativo, são altamente dependentes desses proteassomas para sua sobrevivência e proliferação. Isso significa que a curcumina consegue explorar essa "fraqueza" desses tumores sem afetar significativamente as células normais.
Além disso, quando combinada com carfilzomibe — um medicamento aprovado pela FDA para tratar mieloma múltiplo —, a curcumina aumentou a apoptose (morte celular) das células cancerígenas, permitindo a utilização de doses menores do medicamento e, possivelmente, reduzindo seus efeitos colaterais.
Múltiplas vias de ação da curcumina
A curcumina não age apenas na via do DYRK2. Ela também:
- Inibe a angiogênese, ou seja, o crescimento de novos vasos sanguíneos que alimentam os tumores;
- Desativa genes que promovem o crescimento tumoral;
- Protege o DNA celular de mutações causadas por radiação e toxinas ambientais;
- Suprime metaloproteinases de matriz (MMPs), impedindo a invasão e metástase do câncer;
- Reduz moléculas de adesão, limitando a capacidade das células cancerígenas de se fixarem em outros tecidos.
Estudos clínicos têm mostrado resultados encorajadores. Em alguns casos, a suplementação com curcumina reduziu o tamanho de tumores pulmonares em até 36%, diminuiu em 40% o desenvolvimento de tumores colorretais e reduziu em 50% a taxa de crescimento de marcadores tumorais relacionados ao câncer de próstata.
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Limitações e recomendações
Apesar dos resultados promissores, os cientistas alertam que a curcumina apresenta desafios farmacológicos. Quando ingerida normalmente, ela é rapidamente metabolizada e eliminada pelo corpo, dificultando sua absorção.
Segundo Sourav Banerjee, pós-doutorando da UCSD e coautor do estudo, a curcumina precisa ser modificada para permanecer mais tempo na corrente sanguínea e exercer seu pleno efeito terapêutico.
Por isso, especialistas recomendam o uso de extratos padronizados de curcumina, com alto teor de curcuminóides (pelo menos 95%), preferencialmente combinados com piperina (substância encontrada na pimenta preta) para aumentar sua biodisponibilidade.
Uma nova era na prevenção do câncer?
Mais do que um simples tempero ou anti-inflamatório natural, a curcumina surge como uma possível aliada poderosa na prevenção e no tratamento do câncer. Embora ainda sejam necessários mais estudos clínicos em humanos para confirmar sua eficácia terapêutica completa, os dados atuais sugerem que essa substância pode abrir caminho para alternativas naturais e complementares nos protocolos oncológicos.
Combinando ciência moderna e conhecimento ancestral, a curcumina reforça a importância de olhar com atenção para compostos naturais na luta contra doenças complexas como o câncer.
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