Metais Pesados em Cigarros Eletrônicos, Uma Nova Ameaça ao Pulmão dos Jovens

Os cigarros eletrônicos descartáveis liberam mais metais tóxicos do que 20 cigarros, alimentando uma epidemia de câncer de pulmão
Metais Pesados em Cigarros Eletrônicos: A Nova Ameaça ao Pulmão dos Jovens

Estudo revela que cigarros eletrônicos descartáveis podem liberar níveis alarmantes de substâncias tóxicas, colocando usuários em risco elevado de câncer e outras doenças graves. Os vapes descartáveis contêm até 13 vezes mais chumbo do que um maço de cigarros, com alguns expondo os usuários ao equivalente a 19 cigarros por dia.

A indústria do vaping, uma vez promovida como uma alternativa mais segura ao tabagismo tradicional, enfrenta crescente pressão após um estudo da Universidade da Califórnia, Davis (UC Davis), que revelou altos níveis de metais pesados nos vapores de cigarros eletrônicos descartáveis — alguns deles em concentrações superiores às encontradas em cigarros convencionais.

Publicado na revista ACS Central Science, o estudo analisou sete marcas populares de vapes descartáveis, entre elas ELF Bar e ESCO Bars. Os pesquisadores simularam condições reais de uso e detectaram a liberação de chumbo, níquel e antimônio — substâncias associadas a cânceres pulmonares, renais e cerebrais, além de danos neurológicos e respiratórios.

Um dos casos mais preocupantes foi o do Esco Bars, que liberou quantidades de chumbo equivalentes às encontradas em até 19 cigarros por dia. O chumbo é uma neurotoxina comprovadamente carcinogênica. O níquel, ligado a cânceres nasais e sinusais, e o antimônio, componente comum em baterias, também foram encontrados acima dos limites considerados seguros pela legislação federal.

“Os níveis eram tão altos que pensei que nosso instrumento estava quebrado”, admitiu Mark Salazar, principal pesquisador do estudo.

Bioacumulação: um perigo silencioso


Diferentemente do tabaco, que libera milhares de substâncias químicas cancerígenas, os cigarros eletrônicos têm sido comercializados como “mais limpos”. No entanto, o estudo da UC Davis destaca um problema particularmente grave: os metais pesados presentes no vapor se bioacumulam no tecido pulmonar por meses, causando danos progressivos e potencialmente irreversíveis.

“A ideia de que o vape é inofensivo é um equívoco perigoso”, alerta Brett Poulin, coautor do estudo. “Esses dispositivos não apenas mantêm os jovens dependentes da nicotina, mas os expõem a toxinas que podem causar câncer.”

Comércio ilegal e apelo aos jovens


Apesar de proibições parciais impostas pelo FDA (órgão regulador de saúde dos EUA) em 2020, produtos como o ELF Bar continuam amplamente disponíveis em mercados informais, postos de gasolina e plataformas online. Em 2022, a Esco Bars registrou vendas legais de US$ 82 milhões apenas nos Estados Unidos. Já o mercado negro ultrapassou a marca de US$ 2,4 bilhões no ano passado, segundo estimativas da Reuters.

Dados do CDC (Centers for Disease Control and Prevention) indicam que 8% dos estudantes do ensino médio relataram uso regular de vapes em 2023. Entre eles, o ELF Bar é a marca mais consumida, graças a sabores atrativos como “limonada blue razz” e embalagens coloridas.

“Essas empresas estão explorando uma brecha legal para lucrar com uma nova geração de fumantes”, denuncia Poulin. “São produtos não testados, não regulamentados e deliberadamente direcionados a crianças.”

O fim do mito da cessação do tabagismo


Uma narrativa central defendida pelos fabricantes é a de que o vaping ajudaria os fumantes a abandonarem o cigarro tradicional. No entanto, um novo estudo coreano publicado recentemente desmente essa premissa.

Analisando dados de 4,3 milhões de ex-fumantes, o estudo revelou que aqueles que migraram para o vaping tinham um risco 269% maior de morrer de câncer de pulmão em comparação com quem parou completamente de fumar. Além disso, pessoas que usaram cigarros dentro de cinco anos após parar de fumar viram seu risco aumentar em 26%.

“Isso não é redução de danos. É substituição de danos”, afirma a Dra. Suh Eun-Young, líder da pesquisa.

O caso de um homem de Nova Jersey, cuja autópsia revelou tumores pulmonares saturados de níquel e chumbo — as mesmas toxinas encontradas nos vapes — ilustra o impacto real dessas descobertas.

História se repete?


As semelhanças entre a indústria do tabaco tradicional e a do vaping vão além das práticas comerciais. Décadas atrás, foi descoberto que fertilizantes usados no cultivo do tabaco liberavam polônio-210, uma substância radioativa que se acumulava nos pulmões dos fumantes. Hoje, partículas de chumbo e níquel assumiram esse papel.

Além disso, assim como o fumo passivo, o chamado “vape de terceira mão” pode contaminar ambientes fechados, expondo não usuários a toxinas acumuladas em superfícies e no ar.

“Os paralelos são aterrorizantes”, diz Poulin. “Estamos vendo a história se repetir.”

Um futuro sombrio à espera


O câncer de pulmão já é a principal causa de morte por câncer nos Estados Unidos. Se as tendências atuais persistirem, especialistas temem que ultrapasse as doenças cardiovasculares como a principal causa de morte geral no país, revertendo décadas de ganhos na expectativa de vida, especialmente entre mulheres.

Diante do cenário, especialistas exigem ações urgentes:

  • Repressão rigorosa ao comércio ilegal de vapes;
  • Campanhas de conscientização pública sobre os riscos reais do vaping;
  • Regulamentação mais rígida do marketing dirigido a menores;
  • Penalidades severas para empresas que violarem normas sanitárias.

Enquanto isso, milhões de jovens continuam expostos a produtos que, longe de serem uma solução, ameaçam tornar-se a próxima grande epidemia de câncer.

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