Microplásticos nas artérias: novo estudo liga poluição invisível a maior risco de derrame e doenças cardíacas

Cientistas revelam a ameaça do plástico dentro de seus vasos sanguíneos

Microplásticos nas artérias: novo estudo liga poluição invisível a maior risco de derrame e doenças cardíacas
Pesquisadores da Universidade do Novo México revelaram uma descoberta alarmante durante as Sessões Científicas Vascular Discovery 2025 da American Heart Association: micro e nanoplásticos – partículas microscópicas provenientes da degradação do plástico – estão se acumulando diretamente nas placas que obstruem as artérias carótidas, responsáveis por levar sangue ao cérebro.

Mais preocupante ainda, a pesquisa mostrou que os níveis dessas partículas foram significativamente mais altos em pessoas que sofreram derrame ou outros eventos vasculares graves. A equipe analisou amostras de artéria carótida de 48 adultos divididos em três grupos:

  • doadores com artérias saudáveis,
  • pacientes com placas assintomáticas, e
  • pacientes que já haviam sofrido derrame, mini-AVC ou perda temporária da visão.

Os resultados chamam a atenção:

  • 16 vezes mais microplásticos foram encontrados nas placas de pessoas com obstrução, mas sem sintomas, em comparação às artérias saudáveis.
  • Em pacientes que tiveram eventos vasculares, a concentração chegou a ser 51 vezes maior.

As partículas não estavam apenas presentes, mas incorporadas ao acúmulo de gordura que estreita as artérias, enfraquece sua estabilidade e restringe o fluxo sanguíneo.

Um risco invisível e global


Por anos, especialistas têm alertado que os microplásticos não ficam restritos aos oceanos. Eles circulam no solo, na água, nos alimentos e inevitavelmente chegam ao corpo humano. Já foram detectados no sangue, na placenta e até no leite materno. Agora, com evidências de que também se alojam nas artérias, cresce a preocupação sobre sua contribuição silenciosa para doenças cardíacas e derrames – as principais causas de morte no mundo.

Os nanoplásticos, ainda menores, são capazes de penetrar em tecidos profundos e atravessar membranas celulares. O estudo também mostrou que placas com maiores concentrações dessas partículas apresentaram alterações na expressão genética, reduzindo mecanismos anti-inflamatórios e de proteção vascular. Em outras palavras, os plásticos podem estar tornando as placas mais instáveis e perigosas.

Como se proteger em meio à poluição invisível


Embora as descobertas sejam alarmantes, especialistas reforçam que há formas naturais de fortalecer o coração e reduzir os riscos:

  • Alimentação protetora do coração: priorizar vegetais orgânicos, frutas vermelhas, folhas verdes, leguminosas e gorduras boas como azeite e ômega-3.
  • Saúde intestinal: manter um microbioma equilibrado com fibras e alimentos fermentados, que ajudam a reduzir inflamações.
  • Movimento diário: atividades simples, como caminhadas rápidas e alongamentos, já favorecem a circulação.
  • Controle do estresse: práticas como respiração profunda, oração, meditação ou contato com a natureza ajudam a proteger os vasos sanguíneos.
  • Sono de qualidade: essencial para a reparação celular e redução da inflamação.

O recado da ciência


A presença de microplásticos nas artérias humanas representa um novo e preocupante capítulo no impacto da poluição sobre a saúde. Para os pesquisadores, a descoberta reforça a necessidade urgente de reduzir a exposição ambiental ao plástico e, ao mesmo tempo, adotar estratégias de proteção cardiovascular.

Enquanto soluções coletivas para a crise do plástico ainda avançam lentamente, a melhor defesa individual continua sendo cuidar do próprio coração – fortalecendo o corpo para enfrentar até mesmo os riscos invisíveis do mundo moderno.

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