Por décadas, a luta contra as doenças cardíacas focou no colesterol. Termos como "colesterol bom" e "colesterol ruim" se tornaram parte do vocabulário cotidiano, enquanto estatinas ajudaram milhões de pessoas a reduzir os níveis de LDL. No entanto, muitos indivíduos ainda sofrem ataques cardíacos e derrames, mesmo com níveis de colesterol aparentemente normais.
Agora, uma nova era está surgindo. O American College of Cardiology (ACC) reconheceu oficialmente a inflamação crônica como um preditor independente e poderoso de doenças cardíacas. Segundo a declaração científica publicada no Journal of the American College of Cardiology em 29 de setembro, medir a inflamação deve fazer parte da rotina de avaliação cardiovascular, ao lado do colesterol.
O teste que revela o risco oculto
O exame central dessa abordagem é o teste de proteína C-reativa de alta sensibilidade (PCR-us). Produzida pelo fígado em resposta à inflamação, essa proteína indica quando o corpo está em um estado persistente de baixo grau de inflamação — o fogo silencioso que danifica os vasos sanguíneos e promove a aterosclerose.
A novidade é que a PCR-us agora é recomendada para triagem universal, mesmo em pacientes sem histórico de doenças cardíacas. Estudos mostram que níveis elevados desse marcador preveem futuros ataques cardíacos ou derrames tanto quanto altos níveis de LDL. E isso vale mesmo para pacientes que já usam estatinas, revelando que controlar o colesterol sozinho não elimina todo o risco.
Uma mudança monumental na cardiologia
Ao colocar a inflamação no centro da avaliação cardiovascular, a nova orientação do ACC redefine o conceito de prevenção. Milhões de pacientes considerados "controlados" podem ter risco residual significativo se sua inflamação não estiver sob controle. Médicos são agora incentivados a intensificar tratamentos, inclusive com estatinas, quando a PCR-us permanece alta, independentemente do colesterol.
Estilo de vida: o remédio mais poderoso
Além de exames e medicação, a orientação destaca o papel do estilo de vida como estratégia anti-inflamatória. O padrão mediterrâneo, rico em frutas, vegetais, grãos integrais, leguminosas, nozes e azeite, é fortemente recomendado. Carnes processadas, carboidratos refinados e bebidas açucaradas devem ser evitados.
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A ingestão de ômega-3, presente em peixes gordurosos, é incentivada, pois ajuda a produzir moléculas que combatem ativamente a inflamação. Exercícios regulares, cessação do tabagismo e manutenção de peso saudável completam a fórmula para reduzir marcadores inflamatórios e proteger o coração.
A era da inflamação
Historicamente, a prevenção cardiovascular passou por várias fases: primeiro a hipertensão, depois o colesterol, e agora a era da inflamação. Isso não diminui a importância do colesterol, mas adiciona uma nova dimensão à avaliação do risco cardíaco.
Essa mudança não apenas permite que médicos identifiquem pacientes em risco mais cedo, mas também dá aos indivíduos o poder de agir sobre fatores modificáveis, como alimentação, exercícios e hábitos de vida. O fogo silencioso dentro do corpo finalmente pode ser visto, medido e controlado.
Conclusão:
A inflamação crônica é o novo marcador que ninguém pode ignorar. Com exames adequados e escolhas de estilo de vida inteligentes, é possível reduzir drasticamente o risco de ataques cardíacos e derrames. A prevenção cardíaca evoluiu — e agora, conhecer e combater o fogo interno é tão essencial quanto controlar o colesterol.