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Adoçantes artificiais interferem na função do músculo cardíaco, Revela Estudo Inédito

Os receptores de sabor doce no coração podem ser o elo entre bebidas adoçadas e problemas cardíacos.

Adoçantes artificiais interferem na função do músculo cardíaco, Revela Estudo Inédito

Os cientistas descobriram receptores de "sabor doce" no coração que respondem a adoçantes artificiais, como o aspartame. Isso poderia explicar a ligação há muito observada entre bebidas açucaradas e problemas cardíacos. O estudo mostrou que esses receptores - semelhantes aos encontrados na língua - podem influenciar diretamente as contrações do músculo cardíaco quando estimulados por substâncias doces.

Os receptores gustativos são tradicionalmente associados à percepção do paladar e estão presentes em várias partes do corpo, como o estômago, intestinos, pâncreas e trato respiratório. No entanto, o estudo conduzido pelo laboratório The Kirk da Loyola University é o primeiro a identificar receptores de sabor doce (STRs), conhecidos como TAS1R2 e TAS1R3, na superfície dos cardiomiócitos – as células musculares responsáveis pelas contrações do coração.

Quando estimulados por substâncias doces, esses receptores desencadeiam mudanças significativas no funcionamento do coração. Os pesquisadores observaram que a exposição de células cardíacas humanas e de camundongos a adoçantes artificiais comuns, como o aspartame, resultou em um aumento acentuado na contratilidade miocárdica e uma melhora na regulação dos íons de cálcio. 

Esses processos são essenciais para a formação de batimentos cardíacos saudáveis, mas quando perturbados, podem levar a uma série de complicações. "A modulação do íon cálcio é crucial para a contração e o relaxamento do coração", explica Micah Yoder, estudante de pós-graduação envolvido no estudo. "Se esse processo for interrompido, pode desencadear uma variedade de problemas cardíacos."

Impacto do Aspartame nas Contrações Miocárdicas


Os cientistas confirmaram que os receptores doces no coração respondem à presença de adoçantes artificiais, como o aspartame, desencadeando alterações nas células cardíacas. Especificamente, a ativação desses receptores aumenta a contratilidade miocárdica e interfere na maneira como os íons de cálcio são regulados dentro das células musculares do coração.

"Estudos mostraram que a frequência cardíaca e a pressão arterial podem aumentar após uma refeição", disse Yoder. "Anteriormente, acreditava-se que isso ocorria devido à transmissão de sinais pelo sistema nervoso. No entanto, propomos uma explicação mais direta: os açúcares no sangue se ligam aos receptores doces nas células do músculo cardíaco, causando alterações nos batimentos cardíacos."

Essa descoberta sugere que o consumo de adoçantes artificiais pode ter um impacto mais imediato e direto no coração do que se pensava anteriormente.

Insuficiência Cardíaca e a Abundância de Receptores Doces


Outro achado importante do estudo foi a maior abundância de receptores doces em corações de pessoas com insuficiência cardíaca. Isso sugere que esses receptores podem estar envolvidos na progressão da doença.

"Durante a insuficiência cardíaca, o coração muda a forma como metaboliza energia, priorizando a absorção e utilização de glicose", explicou Yoder. "Essa mudança ocorre porque a glicose fornece energia às células mais rapidamente em situações de baixa disponibilidade de oxigênio. Em meio a essa adaptação metabólica, o coração pode precisar ajustar sua capacidade de 'sentir' nutrientes para acomodar a nova demanda energética."

A superestimulação desses receptores doces, especialmente por adoçantes artificiais, pode interferir na sinalização elétrica normal do músculo cardíaco, levando a sinais semelhantes aos observados em arritmias cardíacas.

Adoçantes Artificiais e Arritmias: Uma Nova Perspectiva


Os pesquisadores também destacaram que os receptores doces no coração são particularmente sensíveis à estimulação por adoçantes artificiais como o aspartame. Quando superestimulados, esses receptores podem desencadear alterações nas células cardíacas que comprometem a sinalização elétrica do coração, aumentando o risco de ritmos cardíacos irregulares.

"Descobrimos que a superestimulação desses receptores pode levar a sinais semelhantes aos da arritmia nas células cardíacas", afirmou Yoder. "Isso ocorre porque o coração contém os mesmos receptores de sabor doce encontrados na língua, e sua ativação excessiva pode interferir na função normal do músculo cardíaco."

A descoberta de receptores doces no coração representa um avanço significativo na compreensão de como o consumo de adoçantes artificiais pode impactar a saúde cardiovascular. Ao elucidar os mecanismos pelos quais esses receptores influenciam a contratilidade miocárdica e a regulação do cálcio, o estudo oferece uma nova perspectiva sobre os riscos associados ao consumo excessivo de adoçantes artificiais, como o aspartame.

Enquanto aguardamos mais pesquisas, é prudente adotar uma abordagem cautelosa ao consumir produtos contendo adoçantes artificiais, especialmente para indivíduos com histórico de problemas cardíacos ou insuficiência cardíaca. Esta pesquisa não apenas amplia nosso entendimento do coração humano, mas também levanta questões importantes sobre os hábitos alimentares modernos e suas implicações para a saúde cardiovascular.

Com esta nova compreensão, fica evidente que o que colocamos em nossos corpos vai além do paladar e pode ter implicações profundas para nossa saúde geral.

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