
Por décadas, fomos bombardeados com alertas: “Evite o sol, use protetor solar de alto FPS e proteja-se ao máximo”. A intenção era reduzir o risco de câncer de pele. Mas pesquisas recentes mostram que essa abordagem pode estar ultrapassada — e até aumentando o risco de morte por outras doenças graves.
Estudos recentes revelam que a radiação ultravioleta (UV), quando aproveitada de forma equilibrada, oferece vantagens para a saúde muito além da produção de vitamina D. Ela auxilia na regulação da pressão arterial, fortalece o sistema imunológico, melhora a função cerebral e, surpreendentemente, está associada a menor risco de diversos tipos de câncer — inclusive alguns mais letais que o melanoma.
Sol: muito mais que vitamina D
A exposição moderada à radiação ultravioleta (UV) estimula a produção de vitamina D, essencial para a saúde óssea, imunológica e cardiovascular. Além disso, a luz solar:
- Regula a pressão arterial
- Fortalece o sistema imunológico
- Melhora a função cerebral
- Reduz o risco de diversos tipos de câncer — não apenas o melanoma
Segundo o dermatologista Ids Boersma, o uso constante de FPS 50 impede a adaptação natural da pele, deixando-a vulnerável e enfraquecendo a sua proteção biológica. Pesquisas indicam que a exposição insuficiente à radiação UV está ligada a cerca de 480 mil mortes por ano na Europa e 340 mil nos EUA.
A carência de vitamina D, principal marcador dessa exposição, está associada a aumento significativo no risco de doenças cardiovasculares, câncer de mama, demência, Alzheimer e esclerose múltipla.
A carência de vitamina D está ligada ao aumento do risco de:
- Doenças cardíacas
- Câncer de mama
- Alzheimer e demência
- Esclerose múltipla
Um estudo sueco liderado por Pelle Lindqvist concluiu que evitar o sol pode ser tão perigoso quanto fumar — mulheres que raramente se expunham ao sol tinham 60% mais risco de morrer por doenças cardiovasculares. (Veja isso também: O lado oculto do protetor solar: como os protetores solares promovem realmente o câncer)
O
estudo foi realizado com 29.518 mulheres suecas, acompanhadas por 20 anos no âmbito da coorte “Melanoma in Southern Sweden (MISS)”. Ele concluiu que mulheres que evitavam a exposição ao sol tendiam a ter expectativa de vida semelhante à de fumantes, devido a um risco elevado de morte por doenças cardiovasculares e outras causas não oncológicas.
A falta de sol foi, portanto, identificada como um fator de risco comparável ao tabagismo.
Este resultado foi quantitativamente demonstrado: evitar o sol reduzia a expectativa de vida em 0,6 a 2,1 anos em comparação com aquelas com maior exposição solar.
Por que as recomendações oficiais estão ultrapassadas
- Instituições ainda sugerem evitar o sol entre 11h e 15h, usar roupas protetoras e aplicar FPS alto diariamente.
- Porém, críticos como Boersma e o pesquisador Frank de Gruijl alertam que essa estratégia ignora o equilíbrio entre riscos e benefícios.
- Trabalhadores rurais, por exemplo, têm menos melanoma do que pessoas que ficam em escritórios, pois recebem exposição gradual e constante.
O risco real vem de exposições intensas e ocasionais, como passar o dia todo na praia após meses sem sol. A solução? Exposição moderada e regular, permitindo que a pele se adapte.
A regra de ouro: aproveite o sol, mas nunca permita que a pele queime.
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