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Médico alerta: ingrediente culinário que milhões usam está ligado ao câncer de mama agressivo

Óleos de cozinha populares usados por milhões podem aumentar o risco de uma forma agressiva de câncer de mama

Médico alerta: ingrediente culinário que milhões usam está ligado ao câncer de mama agressivo
O uso de óleos vegetais em nossa alimentação diária tem sido amplamente aceito como uma escolha saudável. No entanto, estudos nos últimos anos e um alerta recente emitido por especialistas médicos sugere que esses óleos – amplamente consumidos por milhões de pessoas ao redor do mundo – podem estar associados a um risco aumentado de desenvolvimento de uma forma agressiva de câncer de mama, conhecida como câncer de mama triplo negativo. 

O ácido linoléico, uma gordura ômega-6 presente em abundância em óleos de sementes como soja, girassol e milho, está no centro dessa preocupação. Pesquisadores sugerem que essa gordura pode reagir com o calor durante o cozimento, transformando-se em compostos que favorecem o crescimento de células cancerígenas. Esse processo foi detalhado em um estudo conduzido pela Weill Cornell Medicine, nos Estados Unidos, que utilizou camundongos para investigar os mecanismos subjacentes.


No experimento, os camundongos alimentados com uma dieta rica em ácido linoléico apresentaram tumores significativamente maiores do que aqueles que seguiram uma dieta controle. Os pesquisadores também encontraram níveis elevados dessa gordura no sangue de pacientes humanos diagnosticados com câncer de mama triplo negativo, sugerindo uma possível conexão direta entre a ingestão desse composto e o avanço da doença.

"O ácido linoléico alimenta o crescimento das células cancerígenas de maneira muito específica", explicou o Dr. John Blenis, autor sênior do estudo. "Essa descoberta é crucial para entendermos quais pacientes podem se beneficiar de intervenções nutricionais personalizadas."

O Papel do Câncer de Mama Triplo Negativo


O câncer de mama triplo negativo é uma das formas mais letais da doença, representando cerca de 15% dos casos diagnosticados no Reino Unido e nos EUA. Ele é caracterizado por sua rápida disseminação e falta de resposta às terapias hormonais tradicionais, tornando-o particularmente difícil de tratar. 

Enquanto a taxa de sobrevivência de cinco anos para outros tipos de câncer de mama fica em torno de 90%, esse número cai para aproximadamente 77% no caso do câncer triplo negativo – e ainda menos em estágios avançados.

Diante desses dados alarmantes, o oncologista britânico Professor Justin Stebbing enfatizou a necessidade de moderação no consumo de óleos de semente, especialmente para indivíduos considerados de alto risco. 

"Embora as evidências não justifiquem a eliminação total desses óleos da dieta, elas destacam a importância de uma abordagem equilibrada", afirmou o especialista. Ele também sugeriu que alternativas como o azeite de oliva, que contém menores quantidades de ácido linoléico, podem ser opções mais seguras.

Impactos Nutricionais e Prevenção do Câncer


Além da ligação com o câncer de mama, outras pesquisas recentes têm apontado possíveis vínculos entre o consumo excessivo de óleos vegetais e o desenvolvimento de outros tipos de câncer. Um estudo publicado no final de 2022 revelou que homens com câncer de próstata em estágio inicial que reduziram o consumo de alimentos ricos em óleo vegetal apresentaram um crescimento mais lento da doença. 

Outro trabalho científico indicou que as gorduras presentes nesses óleos podem promover inflamação crônica, criando um ambiente propício para o desenvolvimento de tumores, incluindo o câncer de cólon.

O professor Stebbing lembrou que, embora o papel do ácido linoléico no câncer seja uma peça importante do quebra-cabeça, ele não deve ser visto como o único fator de risco. Estima-se que cerca de 23% dos casos de câncer de mama no Reino Unido sejam evitáveis, sendo a obesidade e o consumo excessivo de álcool responsáveis por 8% dos diagnósticos cada um. Além disso, o envelhecimento permanece como o principal fator de risco para qualquer tipo de câncer, devido ao acúmulo gradual de danos ao DNA celular ao longo do tempo.

Estratégias Práticas para Reduzir Riscos


Dada a complexidade do tema, especialistas recomendam uma abordagem holística para a prevenção do câncer. Aqui estão algumas estratégias práticas:

  • Moderar o Consumo de Óleos Vegetais: Evite o uso excessivo de óleos de semente, como soja, girassol e milho, especialmente em altas temperaturas. Opte por alternativas como o azeite de oliva ou manteiga clarificada (ghee), que são mais estáveis ao calor.
  • Adotar uma Dieta Rica em Frutas e Vegetais: Alimentos frescos e integrais fornecem antioxidantes e nutrientes que protegem as células contra danos oxidativos.
  • Manter um Peso Saudável e Ativo: A obesidade é um fator de risco significativo para vários tipos de câncer. Manter um estilo de vida ativo e uma dieta equilibrada pode ajudar a reduzir esse risco.
  • Realizar Autoexames Regulares: Verificar seus seios mensalmente para identificar alterações incomuns, como caroços, inchaços ou mudanças na textura da pele, é fundamental para o diagnóstico precoce.
  • Buscar Atenção Médica Adequada: Em caso de sintomas suspeitos, procure orientação médica imediatamente. O diagnóstico precoce é essencial para melhorar as chances de tratamento bem-sucedido.

Conclusão


Embora as descobertas sobre os potenciais riscos dos óleos de semente sejam preocupantes, especialistas enfatizam que não há motivo para pânico generalizado. O foco deve ser na moderação e na adoção de hábitos alimentares conscientes, combinados com um estilo de vida saudável. Ao mesmo tempo, é fundamental continuar investindo em pesquisas para entender melhor os mecanismos que conectam a nutrição ao desenvolvimento do câncer.

Como consumidores, devemos estar atentos às nossas escolhas alimentares e buscar informações confiáveis para tomar decisões informadas. Afinal, a prevenção começa na mesa – e pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença para a saúde a longo prazo. Você vai repensar seu uso de óleos de semente?

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