O agronegócio brasileiro historicamente depende de um equilíbrio delicado entre incentivos governamentais, acesso a crédito e uma política externa favorável às exportações. Durante os governos anteriores de Lula (2003-2010), o setor viu avanços significativos, como o aumento exponencial das exportações agrícolas e o fortalecimento da agricultura familiar via programas como o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Contudo, o cenário atual é marcado por uma abordagem que muitos produtores rurais e analistas interpretam como desfavorável.
Uma das primeiras medidas do governo Lula em 2023 foi a reestruturação ministerial, que retirou atribuições importantes do Ministério da Agricultura, como o comando da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), transferido ao recriado Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Além disso, o governo tem intensificado a agenda ambiental, com foco no combate ao desmatamento ilegal. Embora essa política seja bem-vista internacionalmente, ela criou tensões com o setor agropecuário, que reclama de excesso de regulamentação e da falta de diálogo.
Corte de Recursos e o Plano Safra em Crise
Outro ponto crítico é a gestão do crédito rural, vital para a manutenção da produção agrícola. O Plano Safra 2023/2024, anunciado com pompa como um investimento recorde de R$ 364,22 bilhões para o agronegócio e R$ 77 bilhões para a agricultura familiar, foi recebido com ceticismo.
Menos dinheiro significa menos insumos, menor área cultivada e, inevitavelmente, menor oferta de alimentos. Em um país onde a agricultura é altamente dependente de fertilizantes importados — e onde os preços desses insumos já subiram drasticamente nos últimos anos —, a falta de crédito acessível pode levar a uma queda abrupta na produtividade.
Inflação dos Alimentos e o Risco de Desabastecimento
A combinação de políticas restritivas e redução de investimentos já reflete no bolso dos brasileiros. Em 2024, a inflação dos alimentos fechou em 7,69%, bem acima da inflação geral de 4,83%, segundo o IPCA. Itens essenciais como carne (20,8% mais cara), óleo de soja (29,2%) e café (39,6%) lideraram os aumentos, pressionando o custo de vida e a popularidade do governo. Lula sugeriu em fevereiro de 2025 que os consumidores boicotassem produtos caros, uma medida improvisada que não aborda as causas estruturais da alta dos preços.
Se o agronegócio colapsar, o Brasil poderá enfrentar um cenário de desabastecimento interno sem precedentes. A dependência de importações para suprir a demanda, como já aventado por Lula em relação ao arroz após as enchentes no Sul, seria uma inversão dramática para um país que se orgulha de ser o "celeiro do mundo". Além disso, a redução da produção agrícola comprometeria as exportações, afetando a balança comercial e a entrada de divisas, o que poderia pressionar ainda mais o câmbio e a inflação.
Impactos Globais e Segurança Alimentar
O colapso do agronegócio brasileiro não seria apenas uma tragédia nacional. Como o país é o maior exportador líquido de alimentos do planeta, qualquer queda significativa na produção teria reverberações globais.
Um Futuro Incerto
O "regime Lula" parece estar em uma encruzilhada. De um lado, busca resgatar políticas sociais e ambientais; de outro, arrisca desestabilizar o setor que sustenta a economia e a mesa dos brasileiros. Sem uma estratégia clara para equilibrar os interesses da agricultura familiar e do agronegócio, e com a aparente redução de apoio financeiro ao campo, o Brasil caminha para um cenário de incerteza. O colapso do agronegócio, se concretizado, não será apenas um fracasso econômico, mas uma ameaça direta à segurança alimentar de milhões de pessoas, dentro e fora do país.
Para evitar esse desfecho, é urgente que o governo reveja suas prioridades, restabeleça o diálogo com o setor produtivo e garanta os recursos necessários para a próxima safra. Caso contrário, o legado de Lula poderá ser marcado não pela fartura prometida, mas por prateleiras vazias e uma crise sem precedentes. O tempo dirá se o Brasil conseguirá escapar dessa tempestade anunciada.
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