Casos de infartos e AVC entre jovens brasileiros explodem, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde. Estudos internacionais começam a associar o aumento de doenças cardiovasculares graves a efeitos da COVID-Longa ou adversos das vacinas contra COVID-19 de longo prazo, levantando novas questões sobre saúde pública e transparência científica.
O infarto, historicamente associado à população idosa, agora se tornou uma ameaça crescente entre jovens brasileiros, fator que também está associado a evento adverso das vacinas COVID em caso de inflamação cardíaca. Dados mostram que, entre janeiro de 2022 e maio de 2024, foram registrados 234.323 atendimentos ambulatoriais e hospitalares por infarto agudo do miocárdio em pessoas com menos de 40 anos.
O número, considerado alarmante, evidencia uma mudança preocupante no perfil dos pacientes cardíacos e levanta questionamentos sobre o estilo de vida moderno. O cardiologista Rafael Côrtes, do Hospital Sírio-Libanês e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), explica que “o infarto não acontece do nada — ele é o resultado de fatores de risco acumulados e, na maioria dos casos, evitáveis”.
Segundo o especialista, os principais gatilhos para o infarto precoce incluem tabagismo, colesterol elevado, hipertensão arterial, obesidade, diabetes, uso de drogas ilícitas e esteroides anabolizantes. O uso de anabolizantes, em particular, tem chamado atenção nas emergências cardiológicas. “Mesmo pessoas aparentemente saudáveis que usam hormônios por motivos estéticos têm risco até três vezes maior de infartar”, afirma Côrtes.
O avanço dos infartos e AVC em jovens revela uma crise silenciosa de saúde pública: uma geração exausta, mal alimentada, conectada o tempo todo e exposta a pressões sociais e estéticas extremas.
Enquanto os números crescem, a sociedade precisa decidir se continuará tratando os sintomas ou se enfrentará as causas: o estresse crônico, o sedentarismo, os vícios e a cultura do excesso.
“A saúde do coração é o espelho da sociedade. E o que vemos hoje é um reflexo preocupante de um mundo que adoece em silêncio.”
O infarto, historicamente associado à população idosa, agora se tornou uma ameaça crescente entre jovens brasileiros, fator que também está associado a evento adverso das vacinas COVID em caso de inflamação cardíaca. Dados mostram que, entre janeiro de 2022 e maio de 2024, foram registrados 234.323 atendimentos ambulatoriais e hospitalares por infarto agudo do miocárdio em pessoas com menos de 40 anos.
O número, considerado alarmante, evidencia uma mudança preocupante no perfil dos pacientes cardíacos e levanta questionamentos sobre o estilo de vida moderno. O cardiologista Rafael Côrtes, do Hospital Sírio-Libanês e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), explica que “o infarto não acontece do nada — ele é o resultado de fatores de risco acumulados e, na maioria dos casos, evitáveis”.
Segundo o especialista, os principais gatilhos para o infarto precoce incluem tabagismo, colesterol elevado, hipertensão arterial, obesidade, diabetes, uso de drogas ilícitas e esteroides anabolizantes. O uso de anabolizantes, em particular, tem chamado atenção nas emergências cardiológicas. “Mesmo pessoas aparentemente saudáveis que usam hormônios por motivos estéticos têm risco até três vezes maior de infartar”, afirma Côrtes.
Outro fator crescente é o uso do cigarro eletrônico, o chamado vape, popular entre os mais jovens. O cardiologista Arthur Felipe Giambona Rente, da Rede D’Or São Luiz, alerta que o dispositivo “também traz efeitos negativos ao sistema cardiovascular, pois libera substâncias tóxicas e metais pesados que inflamam as artérias”.
Os números revelam que homens representam 67% dos casos (156.555) e mulheres 33% (77.768). A faixa mais afetada está entre 31 e 40 anos, mas há registros inclusive em adolescentes. São Paulo lidera com 2.490 mortes, seguido do Rio de Janeiro, com 622. No total, o país contabilizou 7.865 mortes de jovens com menos de 40 anos por infarto no período.
Enquanto médicos tentam conter essa nova onda de infartos, cresce também o debate sobre possíveis efeitos cardiovasculares pós-vacinação contra a COVID-19. Um estudo publicado no International Journal of Preventive Medicine analisou dados de 85 milhões de pessoas e observou associações entre a vacinação e o risco de doença arterial coronariana, embora sem comprovar relação direta de causa e efeito.
Os autores apontaram um aumento de 70% no risco relativo de doença arterial coronariana (DAC) em alguns grupos, e que os resultados devem ser interpretados com cautela. Estudos de larga escala, como o publicado na Nature Medicine, indicam que a infecção pelo vírus da COVID-19 aumenta o risco de miocardite e arritmia cardíaca muito mais do que a vacinação em si.
Os números revelam que homens representam 67% dos casos (156.555) e mulheres 33% (77.768). A faixa mais afetada está entre 31 e 40 anos, mas há registros inclusive em adolescentes. São Paulo lidera com 2.490 mortes, seguido do Rio de Janeiro, com 622. No total, o país contabilizou 7.865 mortes de jovens com menos de 40 anos por infarto no período.
Evento adverso de longo prazo da vacinação COVID-19?
Enquanto médicos tentam conter essa nova onda de infartos, cresce também o debate sobre possíveis efeitos cardiovasculares pós-vacinação contra a COVID-19. Um estudo publicado no International Journal of Preventive Medicine analisou dados de 85 milhões de pessoas e observou associações entre a vacinação e o risco de doença arterial coronariana, embora sem comprovar relação direta de causa e efeito.
Os autores apontaram um aumento de 70% no risco relativo de doença arterial coronariana (DAC) em alguns grupos, e que os resultados devem ser interpretados com cautela. Estudos de larga escala, como o publicado na Nature Medicine, indicam que a infecção pelo vírus da COVID-19 aumenta o risco de miocardite e arritmia cardíaca muito mais do que a vacinação em si.
Comentando sobre o estudo, o epidemiologista da Fundação McCullough, Nicolas Hulscher, argumentou que a discrepância entre os "dados reais" e "como os autores os divulgam para publicação" era esperada, já que "a maioria dirá qualquer coisa para publicar o artigo", dados os preconceitos predominantes entre o estabelecimento médico.
Outro estudo publicado em setembro 2024 documentou uma ligação entre a vacinação contra a Covid e danos cardíacos naqueles que contraíram a infecção por Covid. Este é o mais recente de uma longa linha de pesquisa sobre o fenômeno. Esta pesquisa em particular documentou um tipo particular de ataque cardíaco que acometeu os vacinados infectados - STEMI.
"Um infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (STEMI) é um tipo de ataque cardíaco que afeta principalmente as câmaras inferiores do coração", disse a Cleveland Clinic.
Ou seja, embora seja importante investigar todos os possíveis efeitos colaterais, não há consenso científico que relacione diretamente as vacinas à explosão de casos de infarto entre jovens no Brasil.
"Um infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (STEMI) é um tipo de ataque cardíaco que afeta principalmente as câmaras inferiores do coração", disse a Cleveland Clinic.
Ou seja, embora seja importante investigar todos os possíveis efeitos colaterais, não há consenso científico que relacione diretamente as vacinas à explosão de casos de infarto entre jovens no Brasil.
Reflexão crítica
O avanço dos infartos e AVC em jovens revela uma crise silenciosa de saúde pública: uma geração exausta, mal alimentada, conectada o tempo todo e exposta a pressões sociais e estéticas extremas.
O coração, símbolo de vida e energia, está pagando o preço do estilo de vida moderno — da pressa, da má nutrição e da busca por resultados imediatos.
Enquanto os números crescem, a sociedade precisa decidir se continuará tratando os sintomas ou se enfrentará as causas: o estresse crônico, o sedentarismo, os vícios e a cultura do excesso.
“A saúde do coração é o espelho da sociedade. E o que vemos hoje é um reflexo preocupante de um mundo que adoece em silêncio.”